domingo, 6 de dezembro de 2015

Módulo 3 - Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados


Objetivos:

  • Identificar características nucleares de diferentes métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados empíricos, sua construção, aplicação e análise;
  • Organizar, comunicar e partilhar os resultados da investigação com a comunidade científica.
Conteúdos:

Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados. Principais características e estratégias de construção, aplicação e análise de dados. Estratégias de organização, relato e partilha da investigação com a comunidade científica. Recursos tecnológicos de apoio à concretização.
 

Sessão Síncrona 5 - Métodos instrumentos e técnicas de recolha de dados (Mod. 3) - 2015/12/11

Fonte: Google Images

Materiais disponibilizados:

A_escola_sem_computador_Sábado2012.pdf;
Investigação_ExercícioPrático.docx;
MII Sessão Síncrona 5 (11dez2015).pdf.



Fonte: Plataforma Moodle

Comentário crítico

O professor da UC disponibilizou na Plataforma Moodle materiais de apoio inerentes à elaboração de um projeto de investigação e teceu algumas considerações sobre a temática, alertando para alguns pontos chave que importa ter em linha de conta, nomeadamente, sobre a identificação de um problema, a natureza da investigação e os resultados esperados. Um bom problema, segundo o docente, é aquele que ajuda a operacionalizar a investigação.

Propôs de seguida uma atividade a realizar individualmente, com base num artigo que disponibilizou, designado Escola Google sem computador, publicado na Revista "Sábado", em 04/10/2012. Esta atividade consiste na identificação de um problema relacionado com o assunto publicado, na identificação de questões de investigação (máx. 3) cujas respostas sejam possíveis, as decisões metodológicas que suportem uma investigação nesse âmbito e o paradigma em que nos situamos, de acordo com as questões colocadas. Para a concretização desta tarefa, foi disponibilizada uma tabela que inclui os principais tópicos.

Após a leitura por parte dos alunos e de algum tempo para reflexão, o professor esclareceu algumas dúvidas colocadas pelos alunos e foi alertando para os aspetos mais relevantes do trabalho de investigação a implementar, enfatizando o tipo, o cuidado a ter com o design base (research), o projeto a desenvolver que deverá ir melhorando à medida que a investigação avança, os instrumentos a utilizar, etc. Alertou para a necessidade de se ter em linha de conta o foco do problema, a relevância (que deve ser comprovada pelas experiências efetuadas e pelo conhecimento empírico), a exequibilidade do estudo e os resultados esperados, podendo estes ser antecipados a partir dos resultados possíveis.

O professor, facultou alguns esclarecimentos sobre a natureza do trabalho que os alunos deverão realizar em grupo (4/5 elementos), consistindo este  na elaboração de um esboço/pré projeto de investigação sobre uma problemática por ele apresentada ou proposta pelo grupo, porém, sujeita à sua aprovação.


Sessão Síncrona 6 - Métodos instrumentos e técnicas de recolha de dados (Mod. 3) - 2015/12/15



Fonte: Google Images

Materiais: disponibilizados:

Fonte: Plataforma Moodle

Síntese

O presente trabalho é dirigido à comunidade de investigadores e tem como objetivo central sensibilizá-los para a adoção de critérios específicos na aferição da qualidade científica dos estudos de natureza interpretativa, na área das Ciências da Educação. Nesse sentido, fornece orientações para uma adequada definição dos conceitos básicos, para o equacionamento das perspetivas dos diferentes autores, no que concerne à questão sempre polémica da necessidade / não necessidade de se aferirem critérios standard de rigor no que concerne à avaliação da qualidade científica nos estudos qualitativos, posição intransigentemente defendida pela autora.

Apresenta ainda "estratégias de verificação" que, quando adotados pelo investigador ao longo de uma pesquisa qualitativa, podem ajudar a garantir a credibilidade dos resultados obtidos, bem como a qualidade científica dos estudos realizados.


Fonte: Plataforma Moodle


Síntese
 
O trabalho em presença faculta ao investigador em situação de aprendizagem, relevantes orientações no âmbito da análise de dados qualitativos, dos principais conceitos e dos critérios de validade mais comuns. Citando diferentes autores como Miles & Huberman (1994), Rodrigues (1992, p. 35), etc, o autor alerta os novos investigadores para necessidades básicas como:
 
  • "Reconhecimento de múltiplas variáveis em cada contexto";
  • "carácter coerente e organizado dos fenómenos sociais"... Indivíduos entendidos "como agentes ativos na construção das realidades sociais"...;
  • "Realidades sociais que, devido à sua natureza dinâmica, requerem uma abordagem mais compreensiva do que explicativa do que integre a perspetiva dos agentes implicados".

COSTA (2007), fala-nos ainda das preocupações com a validação da investigação, da necessidade redobrada de validade da análise, do suporte teórico a todo o processo de avaliação e apresenta-nos em síntese, uma perspetiva naturalista cujos antecedentes (background) devem ser a qualidade, a credibilidade, a alternativa e a afirmação.

A terminar o autor fala-nos do processo e dos critérios de validação, orientações que se revestem do maior interesse para qualquer principiante no trabalho de investigação.



Bibliografia recomendada:


O estudo de caso na investigação em Tecnologia Educativa em Portugal (Clara C. & José C.)

O presente trabalho, elaborado por Clara Coutinho e José Chaves (2008), remete-nos para o "Estudo de Caso", método de investigação que, progressivamente, vem conquistando um maior número de seguidores em trabalhos de pesquisa na área das TICs, comprovado pelo crescente número de investigações que em Portugal se vem observando nesta esfera das Ciências da Educação.

Na opinião dos autores a comunidade de investigadores em Tecnologias Educativas, esteve na base dessa renovação paradigmática que, a nível internacional se vem verificando e que teve o condão de remeter os pesquisadores para novas abordagens nessa área da investigação. O Paradigma Positivista que numa primeira fase se adequava em perfeição aos estudos experimentais focados na influência dos Media na aprendizagem, ou mesmo os estudos descritivos mais voltados para a utilização das tecnologias em contexto educativo, passaram a exigir diferentes abordagens, visando dar resposta a novas problemáticas que começavam a despontar. Começava então a refletir-se sobre a necessidade de repensar o foco da investigação passando dos meios enquanto transmissores de informação, para meios e métodos facilitadores da construção do conhecimento e produção de significado pelo aprendente, posição defendida por inúmeros autores como Coza (1991, 1994), Salomon & Klarke (1997), Winn (1989), entre muitos outros.

As metodologias qualitativas ganharam um peso significativo como complemento das abordagens quantitativas do tipo tradicional, o que resultou num significativo aumento dos projetos de investigação baseados em referências metodológicas alternativas, sobretudo, a partir da década de 90 do século XX. o Estudo de Caso um desses referenciais metodológicos com elevado potencial para a investigação de situações no domínio das Tecnologias Educativas, embora suscetíveis de conduzir a estudos mal desenhas e implementados segundo critérios inconsistentes.
 
Em que consiste então um estudo de caso?
 
Porque se trata de uma metodologia que envolve o estudo aprofundado de uma "entidade" objetiva e bem definida, "o caso", esta é a característica que mais se aproxima da definição correta desta metodologia. Tudo pode ser "um caso"! Um indivíduo, um determinado personagem, uma organização, uma comunidade, etc.
 
Brewer & Huntes (1989), resumem a seis as categorias suscetíveis de ser consideradas "estudo de caso" em Ciências Sociais e Humanas, nomeadamente:
 
  • Indivíduos;
  • Atributos dos indivíduos;
  • Ações e interações;
  • Atos e comportamentos;
  • Ambientes, incidentes e acontecimentos;
  • Coletividades.

No Estudo de Caso investiga-se "o caso" no seu contexto natural, detalhadamente, ao pormenor, aceitando a sua complexidade e recorrendo a todos os instrumentos e métodos considerados adequados e fiáveis capazes de conduzir a resultados válidos. o objetivo da pesquisa sempre é orientado para a compreensão do "caso" em todas as suas dimensões e na sua singularidade, o que leva alguns autores a optarem pela designação estratégia em detrimento de metodologia de investigação por considerarem que o estudo de caso não corresponde a uma metodologia específica mas, tão só, a uma forma de organização da investigação em causa, priorizando sempre a preservação do objeto social em estudo.

Das várias propostas para a definição do "Estudo de Caso", cinco se destacam das demais:
 
  • O caso é um "Sistema limitado", logo, tem limites em termos de tempo, eventos ou processos que nem sempre são claros e objetivos (Creswel, 1994). A primeira tarefa do investigador consistem então em definir as fronteiras do seu caso de forma clara e objetiva;
  • Segundo - é um caso sobre "algo", que deve ser identificado a fim de conferir sentido e direção à investigação;
  • Terceiro - deve haver sempre a preocupação de preservar o carácter "único, específico, diferente e complexo" do caso (Mertens, 1998). A palavra holístico é frequentemente usada nesse sentido;
  • Quarto - a investigação decorre em ambiente natural;
  • Quinto - o investigador recorre a fontes múltiplas de dados e a métodos de recolha muito diversificados, observações diretas e indiretas, entrevistas, questionários, narrativas, registos áudio e vídeo, diários, cartas, documentos, etc.

O "Estudo de Caso" é, em suma, uma investigação observável e intuitiva, que depende basicamente no trabalho de campo e se baseia em múltiplas e diversificadas fontes.

Comentário crítico
 
O "Estudo de Caso" tem sempre um cariz fortemente descritivo e tem como característica central o fato do investigador se encontrar sempre envolvido na situação objeto de estudo o fato que, por vezes, está na origem de interpretações erradas levando a pensar o estudo como avaliação qualitativa, o que nem sempre corresponde à verdade uma vez que o estudo pode envolver outros paradigmas de investigação, nomeadamente, o positivista ou mesmo o crítico. Efetivamente, sendo verdade que na investigação educativa em geral e das Tecnologias Educativas em particular são frequentes os casos de natureza qualitativa/interpretativa, também acontece que em determinados estudos de caso se recorre simultaneamente a métodos qualitativos e quantitativos.
 
Fonte: Google Images
 
O uso das narrativas autobiográficas no desenvolvimento profissional dos professores
 
Denise de Freitas e Cecília Galvão
 
As autoras partiram das suas próprias práticas pessoais e profissionais para das forma e significado aos percursos e práticas dos(as) formadores(as) de professores, de tal modo que, a narrativa pessoal as ajudou a interiorizar como elas próprias se foram construindo.
 
Concretizaram a sua investigação com base em duas questões fundamentais que lhes serviram de fios condutores do seu trabalho:
 
  • Os momentos mais significativos e marcantes das suas vidas profissionais;
  • Como desrever tais momentos e explicar teoricamente a influencia desses momentos nas suas vidas profissionais.
A própria metodologia utilizada consistiu numa narrativa, dado que a recolha de dados se consubstanciou em narrativas autobiográficas dos seus percursos individuais que foram construindo através do cruzamento das suas "histórias" enquanto docentes e formadoras de professores e pesquisadores. O seu trabalho constitui, basicamente, um olhar sobre o passado e numa busca de explicações para o que foram, o que fizeram e em que se tornaram.
 


Fonte: Google Images


Bibliografia:

Coutinho, Coutinho Pereira; Chaves, José Henrique. O estudo de caso na investigação em Tecnologia Educativa em Portugal. CIEd - Universidade do Minho, 2002, pp 221-243.
 
Silva, Maria Isabel Lopes. Esplendores, misérias e promessas da investigação-acção. s/d)
Freitas & Galvão (2007). O uso de narrativas autobiográficas.
https://ead.ulisboa.pt/pluginfile.php/3155/mod_resource/content/1/Narrativas%20autobiograficas%20en%20el%20desarrollo%20profesional%20de%20profesores.pdf

Reis, Pedro (2011). Observação de aulas e avaliação do desempenho docente. CCAP- Conselho Científico para a Avaliação dos Profesores.
https://ead.ulisboa.pt/pluginfile.php/3147/mod_resource/content/1/Caderno_CCAP_2-Observacao.pdf
 
 
 
 
 
 
 
Outros recursos:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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